Adestrador que cuida de cão envolvido em ataque aponta falta de estrutura por parte do dono

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Reprodução/Internet

O Especialista em Comportamento Canino e adestramento, Rafael Rocha, responsável pelo resgate e acompanhamento do cão da raça American Bully, envolvido em ataque nesta sexta- feira, dia 14, o animal ”foi vítima do ambiente em que ele foi criado”. A entrevista foi concedida ao Jornal O Tempo, neste sábado (15).

Segundo Rocha, relatos de vizinhos, apontam que o dono do animal “não alimentava o cão direito” e que o cachorro “vivia preso em um cubículo e que não tinha a atenção e os cuidados necessários”. Ele apontou que não se deve classificar ou rotular o comportamento de um cão pela raça. “Nem criar um estigma de que todo cão age dessa forma. Volto a dizer, o cão foi vítima do meio em que ele vive. Qualquer cão tratado dessa forma poderá ser agressivo ou reativo. Não se pode dizer que por ser American Bully, Pitbull, Rottweiler ou qualquer outra é um cachorro bravo, que tem que matar. Isso não é verdade”, afirmou ao Jornal.

Quando chegou no local incidente, o adestrador começou a analisar o animal e apontou que ele podia estar sofrendo agressões, já que ao tentar carinho na cabeça do cachorro, era feito um movimento brusco na direção dele. O cão se curvava para trás e fechava o olho. “É um sinal comportamental de que ele pode ter sido agredido em algumas ocasiões, ter tomado alguns tapas. Não posso confirmar 100%, mas são sinais comportamentais que indicam isso”, alertou.

O especialista disse ainda que o cachorro ficava muito tempo preso em um canil pequeno e que, com isso, é natural ele ficar estressado. 

Vídeo postado e retirado do Instagram do adestrador.

O adestrador postou um vídeo dentro do carro com o cão após o ocorrido. “Esse daqui é o Mandrake, é o cão que estão vendo na matéria que avançou na criança. Esse cão não é culpado, ele é vítima do ambiente em que ele vive, vítima de um dono irresponsável, que não cuida direito, que deixa ele sem comer, um dono que tem problemas com droga e não tem capacidade financeira e psicológica de ter um animal desse. Aí acontecem casos como esse que culpam o cão, a raça, e não culpam a raça humana, essa sim é a grande responsável de situações como essa”, ponderou.

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