Jovem que atropelou policial durante blitz no ano passado é julgado por júri popular nesta quinta
Réu não tinha habilitação e está preso desde o incidente, no bairro Cabeceiras
Está acontecendo desde a manhã desta quinta-feira (18), no Fórum Augusto Lima, localizado na praça central da cidade, o julgamento, por júri popular, do jovem Guilherme, de 19 anos, acusado de tentativa de homicídio, contra um policial, no ano passado, após atropelamento, por desrespeitar uma ordem de parada em uma blitz.
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O jovem, à época com 18 anos, pilotava a motocicleta sem habilitação, está preso no Presídio Regional de Nova Lima desde o acontecido, em fevereiro de 2022. O policial, Cleófas Barreto, que foi atingido pela moto e bateu a cabeça contra o meio-fio, sofreu sérias consequências no acidente, sendo constatado traumatismo craniano e diversas fraturas no cérebro e na coluna. Ele ficou internado por quase um mês, onde passou por diversos procedimentos cirúrgicos.
Fomos até o Fórum e procuramos a defesa de Guilherme, que é feita pelo advogado José Roberto, mas como o mesmo estava acompanhando a audiência, não tivemos acesso ao mesmo. Segundo funcionários da justiça local, o julgamento deve entrar pela noite, devido a complexidade do caso.
Atualmente, Cleófas, que divide a atividade policial com a igreja, onde é pastor, recebeu nossa equipe na sua igreja em que ministra, para um bate-papo, onde falou sobre o caso, sua vida após a alta, já que voltou às atividades militares, de modo administrativo.
Na entrevista, ele ressaltou que convive com a falha de memória em alguns momentos, inclusive com lapso temporal (que é quando se pensa que algo foi recente e não foi, ou vice-versa). Segundo Barretos, suas atividades enquanto policial também foram prejudicadas, já que não é mais autorizado para o serviço de rua (preventivo e ostensivo).
Ainda de acordo com o policial, que esteve na reconstituição do crime, feita a pedido do Ministério Público, durante a remontagem da cena, ele sofreu retaliações por parte da família do réu e de populares, que apontaram ser falsa sua versão sobre o atropelamento. Um primo do jovem foi preso pela Polícia Civil, após criar um perfil falso na internet para ameaçar Cleófas.
Familiares de Guilherme apontam que o Cabo da PM teria se desequilibrado e tropeçado no meio-fio, antes de ser atingido.
Barretos falou ainda que um familiar do segundo envolvido no caso, que era menor de idade na época do crime e não ficou preso, trabalha próximo da sua residência e fica fazendo insinuações, da loja. Ele falou ainda que acredita que a justiça será feita e que Guilherme deveria responder por uma segunda tentativa de homicídio, já que o ao ser perseguido pelo companheiro de Cleófas no dia, correu atrás do motoqueiro e poderia ter sido atropelado também.