MPMG e Polícia Civil realizam operação na Mina Mar Azul, no distrito de Macacos
Agentes da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) estiveram nesta sexta-feira (17), em uma operação na Mina de Mar Azul, no distrito de São Sebastião das Águas Claras, na região Noroeste da cidade. Eles investigam crimes ambientais.
O inquérito, de acordo com a PCMG foi instaurado nesta quinta, dia 16, um dia após o bairro sofrer consequências severas por conta do alto volume de chuva que caiu na quarta-feira, 15. Vídeos gravados por moradores mostram o entorno da mina alagada por uma água barrenta, que possivelmente vinha da área interna.
Os moradores apontam que o local vem sendo interditado constantemente, devido ao alto risco de inundação que a mina apresenta.
Os agentes percorreram o terreno, na busca de elementos que vão basear a investigação, e que aguardará vão compor o laudo, que ainda vai ser apresentado.
A polícia afirma ainda que “aguarda a finalização do laudo pericial que irá integrar o procedimento que apura a causa e as circunstâncias do fato”.
A PCMG procedeu, por meio da autoridade policial, a instauração de Inquérito policial e também foi requisitada a perícia oficial da PCMG no local para identificar e coletar vestígios que irão subsidiar a investigação. O prazo para a conclusão de laudos periciais é de aproximadamente 30 dias, a depender da complexidade.
PCMG em nota sobre o caso
Por meio de nota, a Vale informou que “está acompanhando a situação e apoiando os órgãos responsáveis na limpeza da área e liberação de acessos, com celeridade e segurança”, e que os problemas foram acusados pelo alto volume de chuva nos últimos dias.
A empresa reforça, ainda, que mantém equipes de prontidão no período chuvoso para reduzir eventuais impactos e realiza, permanentemente, o monitoramento de suas estruturas geotécnicas. Não foram registradas alterações nas condições de segurança de barragens e estruturas operacionais na região.
Vale por meio de nota encaminhada ao Portal
A Defesa Civil Municipal (DCM) participou da ação, “para avaliar pontos impactados pelas últimas chuvas, inclusive no entorno da Mina de Mar Azul” e que nenhuma ocorrência de relevância foi registrada pelo órgão.
Barragem em nível de emergência
Desde 2019, a Mina de Mar Azul está em níveis de emergência por conta do risco de desabamento da estrutura que é de modelo a montante. No dia 16 de fevereiro daquele ano, 114 famílias foram retiradas de casa. As sirenes chegaram a tocar, já que foi para o nível 3, máximo na escala e que apresenta risco eminente de colapso.
Em dezembro do ano passado, o nível caiu para 2, o que ainda gera pânico. No mesmo período, o MPMG, o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública do estado e o município de Nova Lima assinaram um acordo no valor de R$ 500 milhões, com R$ 120 milhões já pagos pela mineradora e R$ 380 milhões vão ser gastos com obras e outras indenizações.
Segundo a Vale, 67 famílias já retornaram para as próprias casas ou compraram moradias definitivas com valores pagos em indenização. As demais só voltam após descaracterização da barragem B3/B4, prevista para 2025. De acordo com a mineradora, até fevereiro deste ano, 1.247 pessoas fecharam acordos de indenização individual em Macacos.
Obras para descaracterização
De acordo com a mineradora, já foi feita a remoção de mais de 50% dos rejeitos do reservatório, com equipamentos operados a distância e que prevê dois anos a menos para conclusão do processo informado oficialmente.