Opinião: Espaço Cidadania é sim útil, mas precisa mudar a filosofia do funcionamento
Nos últimos tempos, principalmente neste ano, vimos um exacerbado número de reclamações referentes ao espaço público destinado a pessoas em situação de rua, que fornece a essas pessoas o mínimo de dignidade com acolhimento, fornecimento de comida, banho e até atendimento psicológico.
Acontece que várias destas pessoas, não se atem apenas a ele para a sobrevivência, muito pela dependência química de drogas ou álcool. A região central se tornou um ambiente desagradável, principalmente a parte alta, a Praça do Mineiro tem sido chamada de “Cracolândia” e não está muito distante desta realidade.
O espaço tem sua importância, mas não pode apenas servir como tem feito, precisa de uma contrapartida. Um modelo próspero e que pode servir de exemplo é a APAC, onde os recuperandos passam por treinamentos constantes, lá inclusive tem uma padaria, que distribui os produtos para diversos pontos.
Sim! Os usuários da Casa Cidadania precisam de ocupação para além dela. A ideia obviamente não é prendê-los aos serviço público, mas fazer com que eles se desprendam, saiam de lá minimamente profissionais e inclusive, não sejam mais usuários, com uma profissão ou formado para ser encaminhado ao mercado de trabalho.
Aos que necessitarem de ajuda com dependência (química ou alcoólica), que este sejam ainda mais acolhidos, em um sistema que una saúde, desenvolvimento social, Ministério Público e demais organizações neste sentido.
Reafirmamos: Isso não é um problema de segurança publica. Não é crime no Brasil morar na rua. Não se prende alguém apenas por isso. Precisamos urgente de uma resposta concreta e energética e articulada dos poderes públicos. O que não pode é transformar o centro em um cemitério de lojas vazias.